Eu estava quieta no pequeno parque ali próximo, onde o sol acalentava o vento gelado. Lia meu livro tranquilamente, tentando fugir de pensamentos inquietantes.
E alguem passa correndo, bate em meu livro que vai ao chão e se embranha no bosque, desaparecendo.
Eu corria, corria mais do que minhas pequenas pernas deixavam. Via seu vulto a frente e, mesmo sabend que era impossivel, tentava te alcançar.
- Espere! - minha voz ecoou entre as árvores daquele bosque.
Você foi diminuindo a corrida até estar andando e encostar em um tronco que estava ao chão.
Tambem diminui meu passo e caminhei tentando recuperar meu folêgo e esquecer todo o esforço que havia feito por alguem desconhecido. Posso dizer que, quando virou o rosto e olhou-me, a terra girou e meu ar, tão escasso no momento, foi suspenso. Você não era um desconhecido.
- Ainda quer que espere? - sua doce voz entrou em meus ouvidos e me permite, por alguns segundos, fechar os olhos e me deliciar com ela.
- Por favor... - mas era tarde demais, você havia sumido, desaparecido naqueles segundos de puro extase. Sua voz tão doce se repetia em minha mente.
Meus olhos ficaram sem foco, me senti inutil e uma sensaçao de vazio me invadiu. Você escapara, sumira. Olhei para trás, para frente, pros lados. Por onde tinha vindo mesmo? O desespero me atingiu como um tiro.
Tentei correr, mas pra onde? Tentei me guiar pela paisagem, mas como se só o via correndo Tentei não chorar, mas como se havia me perdido em um bosque e você havia sumido? Ecostei-me em uma arvore e deixei-me cair. Sentia as lágrimas quentes, aquelas palavras escondidas, escorregarem por minha face e ir de encontro a terra.
E tudo o que fiz, durantes aqueles minutos tão demorados, foi deixar o desespero me escapar pelos olhos e gritava, gritava, ouvia o ecoo ao longe e voltava a gritar. Quem sabe, se me ouvisse, você voltaria.
Deixei minhas forças esvairem e, no final, minha voz era apenas um sussurro, e das lágrimas me sobraram apenas o rosto molhado e os olhos inchados.
E quando estava por tombar inérte na terra, desistindo do sol que sumia entre a escuridão, você apareceu novamente. Andou até mim, sentou-se a meu lado e deixou-me cair em seu colo.
- ... Fique aqui. - agarrei-me com força a você e voltei a chorar, um choro de criança.
- Acorde. - sussurrou em meu ouvido. Sua voz, sua doce voz. Seu toque, tão macio e suave. Seu carinho tão acalentador e seu abraço tão seguro.
E tudo o que pude fazer foi dormir, dormir em seu abraço aconchegada em seu calor, dormir no meio da desistencia de me achar. E tudo o que pude fazer foi dormir e, quem sabe, ainda não acordei como ele me pedira.