Me encolhi em um canto e pus-me a chorar novamente, eu queria a minha história de novo, queria fingir que o meu passado ainda era presente e tentar ter aquela luz de novo, aquela que nem a escuridão engolia.
Não sei se passaram minutos, horas, dias... Mas você apareceu segurando meu livro e sorrindo.
E eu percebi que meu choro havia embaçado meus olhos e eu não pude te ver ali na minha frente todo esse tempo.
E eu percebi que as minhas lamentações haviam me ensurdecido para seu chamado constante.
E eu percebi que havia luz em meio a tanto ‘breu’, e eu percebi que não havia mais lágrimas ou sentimentos a lamentar e sorri. Simplesmente sorri de volta pra ti.
Na minha mente as ultimas páginas do ultimo capitulo escrito eram lembradas e eu percebi que o adeus fora proferido.
Você me estendeu a mão e eu aceitei, você cuidou de mim e eu melhorei, você me fez feliz e eu me apaixonei.
Você me ofereceu o livro de volta e eu o peguei, o abracei e abri.
Acariciei as folhas mais macias e a capa mais delicada.
Fui para o último capitulo e descobri que havia um novo, onde a letra era mais bonita, onde não havia marcas de lágrimas e caneta borrada.
E eu finalmente percebi que não era mais um capitulo meu, era nosso.
Que depois de um capitulo tão longo havia um novo e melhor.
O livro estava tão mais delicado, tão mais suave que, agora sim, parecia um livro digno de uma história de amor.
Entreguei-o de volta para o menino que me roubara, eu sabia que tinha que ficar com ele, agora era ele que cuidava de mim e eu sabia que, enquanto fosse assim, tudo estaria bem.




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